terça-feira, 4 de maio de 2010

Será que de fato somos seres civilizados?


A pergunta parece simples e muitos responderiam ‘sim’ facilmente. Mas sejamos um pouco mais reflexivos e pensemos honestamente na condição do homem na sociedade contemporânea.
No que divergimos do homem paleolítico? Em que somos melhores?
Julgamos-nos tão infinitamente superiores, que do alto de nossa arrogância não nos damos conta do quanto somos individualistas e materialistas.
Do que adiantou nossa “evolução” para séculos mais tarde descobrirmos que temos mais em comum do que poderíamos supor com os nômades da época? Ironicamente, algumas características e valores morais não evoluíram.
Tanta tecnologia, tantos avanços econômicos, culturais, políticos e etc.; tantos recursos a nossa disposição e ainda acreditamos que ao ferir uma pintura ou imagem podemos de fato ferir nosso semelhante. Imagine o que o homem paleolítico não faria com uma câmera fotográfica e a alma humana!
Ironias a parte, nunca o ser humano foi tão atingido por seu próprio individualismo como na era em que vivemos. Os valores do pós-modernismo corroem o limite do bom senso, do senso de coletividade e de colaboração.
Os homens paleolíticos competiam por pura necessidade de subsistência. A sociedade atual não é muito diferente, porém o que os motiva é a ganância, é a ambição, é a necessidade de possuir o que o outro tem.
A competição é meramente para satisfazer o ego e a vaidade.
O dicionário define ‘civilidade’ como conjunto de formalidades adotadas para demonstrar mútuo respeito e consideração; polidez, cortesia. Frente a isso nos perguntamos então onde está o homem civilizado. Em qual processo ele se perdeu? Pois o que vemos em nossa era é um profundo desrespeito a condição humana e aos valores éticos.
Vivemos na cultura do consumismo excessivo e isto não significa que nosso “processo civilizatório” nos transformou em seres que podem prover a própria subsistência, mas sim em seres que precisam ostentar para só assim obter respeito, consideração e cortesia.
Analisando todo esse processo pelo qual o homem vem passando, não podemos prever qual será seu futuro se os valores também não forem transformados. Neste contexto, o que esperamos é que se não pudermos ser mais sociáveis, menos individualistas e menos capitalistas; se não pudermos finalmente afastar o homem “primitivo” de nosso eu interior para assumirmos uma postura de homem “civilizado”, que ao menos nossos valores, conceitos e princípios morais não sofram uma regressão ainda maior, para que não sejamos eternas vitimas de nosso próprio egoísmo e de nossa própria intolerância.

Um comentário:

  1. Este trabalho me rendeu uma boa nota na disciplina História das Artes visuais 1!

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