quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Resenha crítica do texto ‘Competências e habilidades’

O texto de Tânia Maria Rezende Machado parte do princípio de que os conceitos de competência e habilidade devem ser manejados visando o compromisso com a prática e ainda visa analisá-los e discuti-los tendo a prática pedagógica como referencial, de modo que essas práticas ganhem novos significados e novos rumos a serem percorridos.
Não podemos esquecer do fato de que só compreendemos a realidade em que vivemos se a observarmos e a analisarmos de forma crítica e reflexiva e que só podemos mudá-la se de fato assumirmos um compromisso com nós mesmos, antes de assumirmos com a sociedade. Isto ocorre na realidade escolar e em nossas práticas pedagógicas. “Nossas crenças, nossos valores e nossas produções são forjados pelas necessidades. Portanto, próprias de um contexto que as configuram”. Isto implica dizer que devemos partir de uma investigação rigorosa de nossa própria experiência cotidiana para compreendemos as necessidades existentes no campo pedagógico.
A verdade está em que pouco há de diferença entre competências e habilidades e algumas escolas muitas vezes não estão preocupadas em desenvolver no aluno estas características e ficam alheias aos seus conceitos e as suas finalidades, consequentemente perdem o foco no tocante às estratégias que precisam traçar para alcançar esses objetivos. Uma escola que não prima pelo desenvolvimento de competências básicas não pode contribuir na formação de um ser humano crítico, consciente e politizado.
A escola deve ter em mente que a sociedade não é mais a mesma, que o mundo dito globalizado transformou as necessidades da humanidade e que as características exigidas para um profissional, para um cidadão do mundo vão além de saber ler e escrever. Exigi-se que o cidadão contemporâneo saiba lidar com as inquietações de seu tempo, que tenha o mínimo de conhecimento sobre as novas mídias e tecnologias e que, além disso, saiba lidar com as crises globais de modo racional e reflexivo. É papel da escola, não apenas da família trabalhar de modo a desenvolver no indivíduo em formação atitudes reflexivas e uma postura ética, para que a sociedade não precise puni-los depois.
Vale ressaltar que as práticas pedagógicas do passado não surtem mais efeito e que hoje os professores são chamados a pensar na construção dessas habilidades e competências. “Mudar o foco para o desenvolvimento de competências e habilidades, implica, além de mudança na postura da escola, um trabalho pedagógico integrado em que se definam as responsabilidades de cada professor nessa tarefa”.



Referência bibliográfica:
Organização curricular: objetivos ou competências e habilidades? Procurando a diferença entre “seis e meia dúzia”
MACHADO, Tânia Mara Rezende – PUC-SP.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Memorial descritivo sobre Projeto de extensão. Tema: 'As várias faces da arte'. (Mostra de vídeoarte e exposição de fotonovelas.)

O que fazer quando o tempo é escasso, as idéias não fluem e tudo parece conspirar contra? Unir-se é a resposta. Foi o que aconteceu durante a 1ª mostra de vídeoarte da turma de Artes Visuais, na execução do Projeto de Extensão proposto por esta disciplina.
Um projeto de extensão é uma ação de caráter educativo, social, cultural ou tecnológico que visa transmitir/compartilhar idéias, pensamentos, conhecimentos com a comunidade. Condicionado as ramificações da arte favorece a interação e a experiência de ter suas concepções e percepções impactadas por novas propostas e novas discussões quanto à forma de fazer e pensar a arte.
O Projeto de Extensão 'Várias faces da arte', promovido pela turma de Artes Visuais teve como objetivo principal mostrar para o público presente que a arte pode ser representada de várias maneiras, das mais convencionais até as mais irreverentes e que principalmente podemos utilizar a tecnologia como suporte e a partir disso pode-se permitir dar asas a imaginação.
O público alvo (a classe estudantil de Sena Madureira) pode observar por uma noite cheia de contratempos que a arte, assim como a beleza (ou a feiúra) está nos olhos de quem ver. As desconstruções daquilo que a sociedade julga belo, sacro, infame/profano, nojento, comum, bizarro, foram apresentadas para incitar reflexões. A princípio as idéias/imagens podem parecer sem nexo, supérfluas ou gratuitas, mas o fato é que até as imagens que parecem ter sido filmadas a toa, estão impregnadas de concepções muito próprias, pertinentes e embasadas.
As fotonovelas produzidas durante a unidade também foram expostas, mas o atrativo da noite foi mesmo a mostra de videoarte, talvez pelo impacto que causa ver cenas e imagens tão conhecidas por todos serem "profanadas" ou transfiguradas de alguma forma. De repente há um choque, uma sensação de identificação e estranhamento ao mesmo tempo. Sensações e sentimentos confusos podiam ser identificados em nossos espectadores, que certamente foram impactados de alguma forma com o que viram e ouviram nesta noite, podendo assim ter contato com outras formas e percepções de arte, diferente da que estão acostumados.
E a arte é isto, é impacto, é surpresa, é desconstrução, é um olhar diferente sobre o senso comum. E se o que a arte pretende é causar estranhamento, pelo menos por esta noite ela alcançou seu objetivo.