terça-feira, 4 de maio de 2010

Resenha do capitulo 5 do livro ‘O paradigma educacional emergente’.

Vivemos um novo cenário mundial. A sociedade do século XXI se depara com uma nova realidade cultural e percebe que para interagir com ela é necessário ter uma visão mais critica a cerca do mundo, da educação, da política e de todos os fatores sociais que são indissociáveis uns dos outros.
Mudar é conseqüência natural da vida, porém toda mudança exige do Indivíduo flexibilidade e autonomia.
No tocante a educação, as mudanças precisam acontecer considerando que o mundo não é algo externo ao Indivíduo e que as visões fragmentadas do conhecimento fazem parte de um sistema burocrático que já não condiz mais com a realidade em que vivemos.
Uma escola desconectada da atualidade, estagnada no tempo não é capaz de formar seres críticos e construtivos numa era de transformações.
A escola tradicional impede a compreensão da complexidade das causas que envolvem o relacionamento das coisas no mundo físico.
O fato é que a missão da escola mudou. O foco agora é atender os indivíduos compreendendo que cada ser é único e com necessidades especificas, esquecendo os modelos antigos em que tudo e todos eram generalizados. É o indivíduo visto e compreendido como uma totalidade integrada, indivisível, com diferentes estilos de aprendizagem e habilidades.
Piaget distingue aprendizagem de conhecimento. Para ele, aprender é saber realizar e conhecer é atribuir significado às coisas.
Assim, a aprendizagem ocorre por meio da adaptação e auto-organização, que ocorre entre sujeito e objeto e não do objeto sobre o sujeito.
A educação baseada no construtivismo favorece uma aprendizagem que tem sintonia com a vida do indivíduo, com a realidade, com a sua própria cultura.
A pergunta mais complexa é como preparar o indivíduo para viver neste mundo em permanente evolução, onde tudo se transforma a todo instante, onde o conhecimento e a informação estão cada vez mais disponíveis em quantidade significativa.
Piaget acreditava que os imprevistos e as mudanças provocam situações de desequilíbrios que exigem novas adaptações. Na realidade, com todas estas transformações ocorrendo no mundo, necessitamos desenvolver autonomia, não apenas em nossas crianças, mas em nossos educadores também, implicando na condição de refletir novas mudanças nos conceitos e conhecimentos que possuímos, seja para processarmos novas informações ou para substituir conceitos cultivados no passado.
Deste modo, a educação precisa prever que o processo de aprendizagem é continuado e que precisa utilizar metodologias especificas para a elaboração de estratégias para resolução de problemas. Da mesma forma a criança precisa aprender a investigar, dominar as diferentes formas de acesso à informação, conseguindo desenvolver mecanismos para separar o que for mais relevante.
Frente a tudo isso, a escola parte do pressuposto de que precisa conceber um currículo que tenha maior correspondência com o paradigma emergente. Com esse novo enfoque, a aprendizagem resulta da construção realizada pelo indivíduo em razão de sua capacidade de auto-organização, dos processos internos e da capacidade de autoconstrução.
Conclui-se desta forma que daqui pra frente só será possível pensar o sujeito dentro de um coletivo, na intersubjetividade das interações complicadas que ocorrem entre os diferentes sujeitos.
Paulo Freire enfatiza esse conceito reconhecendo que ninguém evolui sozinho, desligado do mundo, apartado dos outros. A consciência não se encontra no vazio de si mesma, pois é sempre a consciência do mundo. Tudo está relacionado, conectado, em interpretação e renovação contínuas, num constante diálogo do sujeito com o mundo. Para tanto, será necessário modificar os atuais modelos de ensino que enfatizam as formas tradicionais de educação voltadas para a transmissão de informações pelo professor, pois o modelo tradicional de ensino já não é compatível com as necessidades e características de nossa época.

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