terça-feira, 4 de maio de 2010

A necessidade da arte


A arte de desenhar parte de um pressuposto básico: “é preciso pensar a arte alem do papel”, pois desenhar implica em muito mais elementos do que simplesmente ter momentos de inspiração. Quando desenhamos estamos abordando pontos de vista; estamos usando o desenho como ferramenta para comunicarmos idéias, para expressarmos sentimentos e para redimensionarmos nossos questionamentos e nossas reflexões.
Se considerarmos que a essência de uma obra é a realidade dominada, obviamente chegaremos à conclusão de que através do desenho, não apenas dominamos a realidade, como também damos sentido a ela, de modo que, subjetivamente, um mesmo desenho pode ter inúmeras interpretações, assim como a realidade na qual vivemos.
Por este motivo, compreendemos que quando damos forma a um desenho, é como se retirássemos elementos de seu contexto convencional e os transportássemos para um novo campo de significação, posto que “dar forma” é como materializar um sentimento; é como reformular conceitos; mais do que isso, dar forma é o mesmo que expressar nossas reflexões sobre o mundo, nossas angustias e nossos anceios.
O que um artista pretende despertar no outro com suas obras não é a compreensão do que ele pretendeu fazer ou dizer, mas o que determinada imagem provoca em quem a contempla. Que sentimentos ela desperta, que lembranças ela traz. Que pensamento aprisionado ela libera.
Quando pensamos formas, usamos nosso imaginário e despertamos um lado infantil que todos possuem, mas que por algum motivo, deixamos adormecer. Talvez porque isto implique em sensibilidade excessiva, e não é isso exatamente o que pede o mundo capitalista em que vivemos, contudo, despertar a sensibilidade é importante, pois torna profissionais flexíveis e seres humanos mais inteligentes.
Quando pensamos em um individuo socialmente produtivo, pensamos num ser com inúmeras habilidades e funções, mas não imaginamos que a habilidade de desenhar pode até mesmo formar um ser humano melhor e mais reflexivo.
Libertemo-nos deste pensamento preconceituoso e aceitemos o fato de que desenhar é de fato essencial para a formação do individuo socialmente produtivo, pois quem não precisa de imaginação, criatividade e reflexão para resolver problemas do dia a dia? Desenhar é uma ótima forma para educar a mente e exercitar a reflexão.

Resenha do capitulo 5 do livro ‘O paradigma educacional emergente’.

Vivemos um novo cenário mundial. A sociedade do século XXI se depara com uma nova realidade cultural e percebe que para interagir com ela é necessário ter uma visão mais critica a cerca do mundo, da educação, da política e de todos os fatores sociais que são indissociáveis uns dos outros.
Mudar é conseqüência natural da vida, porém toda mudança exige do Indivíduo flexibilidade e autonomia.
No tocante a educação, as mudanças precisam acontecer considerando que o mundo não é algo externo ao Indivíduo e que as visões fragmentadas do conhecimento fazem parte de um sistema burocrático que já não condiz mais com a realidade em que vivemos.
Uma escola desconectada da atualidade, estagnada no tempo não é capaz de formar seres críticos e construtivos numa era de transformações.
A escola tradicional impede a compreensão da complexidade das causas que envolvem o relacionamento das coisas no mundo físico.
O fato é que a missão da escola mudou. O foco agora é atender os indivíduos compreendendo que cada ser é único e com necessidades especificas, esquecendo os modelos antigos em que tudo e todos eram generalizados. É o indivíduo visto e compreendido como uma totalidade integrada, indivisível, com diferentes estilos de aprendizagem e habilidades.
Piaget distingue aprendizagem de conhecimento. Para ele, aprender é saber realizar e conhecer é atribuir significado às coisas.
Assim, a aprendizagem ocorre por meio da adaptação e auto-organização, que ocorre entre sujeito e objeto e não do objeto sobre o sujeito.
A educação baseada no construtivismo favorece uma aprendizagem que tem sintonia com a vida do indivíduo, com a realidade, com a sua própria cultura.
A pergunta mais complexa é como preparar o indivíduo para viver neste mundo em permanente evolução, onde tudo se transforma a todo instante, onde o conhecimento e a informação estão cada vez mais disponíveis em quantidade significativa.
Piaget acreditava que os imprevistos e as mudanças provocam situações de desequilíbrios que exigem novas adaptações. Na realidade, com todas estas transformações ocorrendo no mundo, necessitamos desenvolver autonomia, não apenas em nossas crianças, mas em nossos educadores também, implicando na condição de refletir novas mudanças nos conceitos e conhecimentos que possuímos, seja para processarmos novas informações ou para substituir conceitos cultivados no passado.
Deste modo, a educação precisa prever que o processo de aprendizagem é continuado e que precisa utilizar metodologias especificas para a elaboração de estratégias para resolução de problemas. Da mesma forma a criança precisa aprender a investigar, dominar as diferentes formas de acesso à informação, conseguindo desenvolver mecanismos para separar o que for mais relevante.
Frente a tudo isso, a escola parte do pressuposto de que precisa conceber um currículo que tenha maior correspondência com o paradigma emergente. Com esse novo enfoque, a aprendizagem resulta da construção realizada pelo indivíduo em razão de sua capacidade de auto-organização, dos processos internos e da capacidade de autoconstrução.
Conclui-se desta forma que daqui pra frente só será possível pensar o sujeito dentro de um coletivo, na intersubjetividade das interações complicadas que ocorrem entre os diferentes sujeitos.
Paulo Freire enfatiza esse conceito reconhecendo que ninguém evolui sozinho, desligado do mundo, apartado dos outros. A consciência não se encontra no vazio de si mesma, pois é sempre a consciência do mundo. Tudo está relacionado, conectado, em interpretação e renovação contínuas, num constante diálogo do sujeito com o mundo. Para tanto, será necessário modificar os atuais modelos de ensino que enfatizam as formas tradicionais de educação voltadas para a transmissão de informações pelo professor, pois o modelo tradicional de ensino já não é compatível com as necessidades e características de nossa época.

Homem e tecnologia


Vivemos hoje na era tecnológica e a sociedade contemporânea, ainda tentando se adaptar as revolucionarias mudanças do século XXI, questiona se em um futuro próximo o ser humano não será substituído definitivamente pelas maquinas. Assim como algumas maquinas envelhecem e ficam ultrapassadas, chegará um dia em que o homem perderá sua função social e as maquinas alcançarão enfim autonomia em detrimento deste?
Uma coisa pelo menos é certa: com o advindo da tecnologia e suas técnicas, a ciência e suas explicações racionais para quase tudo que outrora era inexplicável ou atribuído a fenômenos divinos entraram na casa das pessoas através das mídias, o que revolucionou a forma de compreensão da humanidade sobre o mundo.
Resumidamente, homem e tecnologia vivem quase um processo de simbiose. Até mesmo nas relações interpessoais, o outro é quase que substituído pelos símbolos de sua presença, como acontece muito neste século com os objetos técnicos que servem de mediadores entre os homens.
Neste cenário nos perguntamos como será o futuro das novas gerações, quais serão seus conflitos? Como lidarão com as técnicas? O que mudará na sociedade do próximo século? Perguntas estas que também foram levantadas no filme Blade Runner há 28 anos atrás quando a sociedade já se preocupava com o seu destino frente às intempestivas mudanças tecnológicas em seu sistema de organização política e social, que parecem ser eternamente os valores que mais perturbam a humanidade: Quem somos? De onde viemos? Para onde iremos? E mais além: O que nos tornaremos?

Inclusão digital


A educação é uma via de duas mãos, um vai-e-volta de relacionamento, aprendizagem e crescimento. Sabemos que não existem fórmulas prontas nem milagrosas para alavancar a educação, mas devemos reconhecer que toda e qualquer iniciativa que tenha por princípio melhorar a qualidade da educação no Brasil deve ser discutida muito seriamente por nossos representantes, pelas escolas, pela comunidade, pelas famílias e pelos educadores. Talvez não tenhamos na inclusão digital a solução para séculos de atrasos, mas é uma possibilidade grande de melhoria e desenvolvimento. Não se trata apenas de inclusão digital, mas de inclusão social, de cidadania.
Inclusão digital é colocar computadores nas escolas? É ensinar as pessoas a apertar botões para pagar as contas, mandar mensagens ou fazer compras? Certamente o significado dessa expressão para a educação é outro. Essa bendita inclusão digital é uma idéia que exige que revisemos o sentido de educar e de ser educador em nosso tempo, enquanto o tempo ainda é de mudanças. Tratar essa questão da inclusão digital implica primeiramente, considerar a questão de políticas educacionais que garantam o direito de acesso às tecnologias e às experiências pedagógicas que promovam o diálogo critico entre estas duas frentes pelas vias da comunicação e da informação. Então, trata-se mais de aprender novas formas de pensar, comunicar e promover a participação pela via da educação e menos de adquirir tecnologias, supostamente indispensáveis.

Reflexões sobre a música 'Kid vinil' de Zeca Baleiro

Kid Vinil quando é que tu vai gravar cd
Kid Vinil quando é que tu vai gravar cd
Tecnologia existe
Pra salvar o homem do fim
Se você estiver triste
Delete a tristeza assim
E se quiser conversar
Passe um fax pra mim
Time is money god is dead
Have you a nice dream
Acessando a internet
Você chega ao coração
Da humanidade inteira
Sem tirar os pés do chão
reza o pai-nosso em hebraico
filosofa em alemão
Descobre porque que o michal
Deu chilique na televisão
Milhares de megabytes
Abatendo a solidão
Com a graça de Bill Gates
Salve a globolização
Se homem já foi a lua
Vai pegar o sol com a mão
Basta comprar um pc
E aprender o abc da informatização
Tecnologia existe pra salvar o homem do fim?
Acredito que a frase acima seja um alerta para quem acredita que pode viver (ou sobreviver) sem a tecnologia, afinal ela foi criada e continua sendo reinventada para proporcionar conforto, praticidade e longevidade à vida do homem.
É só observar os avanços na medicina, com a descoberta de medicamentos e exames que proporcionaram a cura para doenças que já mataram milhares em outras épocas, (dando destaque especial para as pesquisas com células tronco), que só é possível graças às inovações tecnológicas.
Talvez a frase de Zeca Baleiro não seja tão absurda assim, afinal, termos como ‘rejuvenescimento’, ‘clonagem’ e ‘Criogenia’ (congelamento de seres humanos após a morte para retornarem à vida quando a ciência permitir) não são mais novidades nesse mundo tecnológico e excêntrico. É o homem brincando de ser Deus.

Que tecnologias contemporâneas estão presentes na escola pública e como são utilizadas para o desenvolvimento do ensino e aprendizagem?


Analisando a potencialidade do programa de tecnologias contemporâneas no cotidiano escolar, percebemos o quanto esses recursos fazem a diferença na vida de alunos, professores e de toda comunidade da rede pública, pois para muitos a possibilidade de interagir com estes recursos fora da escola é quase nula, porque isto demanda certa condição econômica e a realidade é que bem poucos estariam digitalmente incluídos não fosse a inserção destes programas e eficácia no ensino público regular.
Os objetivos previstos para a utilização das novas tecnologias é inovar no processo de ensino-aprendizagem, de modo que familiarizar o aluno com os novos recursos tecnológicos da comunicação e informação não é só um exercício de inclusão digital, mas de cidadania, de preparação para um mercado competitivo e seletista, que exige profissionais cada vez mais capacitados e que tenham desenvolvido habilidades para o manuseio de computadores e redes.
O percurso da vida moderna exige cada vez mais o envolvimento dos professores com as novas tecnologias, pois não é mais admissível fingir que é possível desenvolver um bom trabalho em educação ignorando a existência destes recursos, fugindo da responsabilidade que cabe a cada educador de atualizar-se, de reciclar sua metodologia e sua função como formador e socializador de conhecimento.
Partindo do pressuposto de que as escolas públicas vêm gradativamente sendo contempladas com programas de tecnologias, compreendemos que muitas delas ainda não alcançaram a excelência na utilização destes recursos, pois não se trata apenas de colocar computadores nas escolas. O que entendemos por inclusão vai muito além disso.
A realidade de muitas escolas públicas do município de Sena Madureira, por exemplo, é completamente diferente dos grandes centros. Muitas escolas são contempladas com o Programa Proinfo, mas nem todas dispõem de pessoal capacitado para desenvolver um trabalho de qualidade, pautado na familiarização do docente com a Internet e suas aplicações na educação.
Na medida em que os programas vão sendo implantados, há a real necessidade de investir na capacitação do professor. Capacitação permanente, que vise a atualização periódica na mesma medida em que os recursos evoluem e se modificam, uma vez que as máquinas por si só não substituem o trabalho do professor, mas a interação entre ambos elevam o processo de ensino-aprendizagem tão discutido nos últimos tempos.
Muitas vezes a proposta original dos programas perde o sentido quando não existe uma ligação com a proposta pedagógica desenvolvida pela escola. Os objetivos são de fato alcançados quando se planejam estratégias de ensino e de aprendizagem, integrando estes recursos tecnológicos disponíveis e criando situações para a aprendizagem que levem os alunos à construção de conhecimento, ao trabalho colaborativo, à criatividade e resultem efetivamente num bom desempenho acadêmico. Para isto a informática, está entrando na educação pela necessidade de se transpor as fronteiras do educar convencional, pois tudo que se modernizou na educação até o advento da informática se tornou convencional, frente a esta nova forma pedagógica de educação, oportunizando às escolas uma renovação de trabalhar os conteúdos programáticos, propiciando ao educando, eficiência na construção do conhecimento, convertendo a aula num espaço real de interação, de troca de resultados, adaptando os dados à realidade do educando.
E é desta forma, com objetivos definidos que as tecnologias contemporâneas podem ajudar a alavancar a educação no Brasil. Educando para a diversidade, para a pluralidade, para a vida. Já não se discute mais se as escolas devem ou não utilizar computadores, pois a informática é uma inapelável realidade na vida social, ignorar esta nova tecnologia é fadar-se ao ostracismo. A questão atual é: como utilizar a informática de forma mais proveitosa e educativa possível.
Este questionamento é recorrente e divergente, mas o primeiro passo é a superação do preconceito que ainda persiste em relação à máquina como processo educativo. Os computadores sozinhos, não fazem nada, e só se tornam com mil e uma utilidades quando com a ajuda de um bom professor, capacitado e coerente.
Os programas tecnológicos influenciam de forma positiva na aprendizagem dos alunos, desde que se coloquem em pratica os argumentos supracitados. O educando, é antes de tudo o fim, para quem se aplica o desenvolvimento das práticas educativas, levando-o a se inteirar e construir seu conhecimento, através da interatividade com o ambiente de aprendizado.
Se pensarmos enquanto futuros educadores de arte, veremos que temos um mundo de possibilidades em nossas mãos. A forma de ensinar e de apreender conhecimentos mudou, portanto nossa pratica pedagógica também deve mudar. Principalmente no que se refere ao ensino das artes, que requer muito mais reflexão e criticidade do que propriamente teorias e conceitos prontos. Temos que unir todos os elementos para que o processo de ensino-aprendizagem seja o mais agradável, construtivo e participativo em todas as áreas do conhecimento humano, utilizando a educação para a libertação dos indivíduos e conseqüente participação igualitária no mundo globalizado.

Olympia


A imagem observada trata-se de Olympia (1863), uma pintura realista de Édouard Manet, que foi um dos pintores mais importantes da arte do século XIX.
Se observarmos atentamente a obra original de Manet, perceberemos que o artista não seguia fielmente a estética impressionista de sua época, pois seu estilo seguia um padrão próprio que conjuga jogo de luzes e sombras, atribuindo a nudez humana toda a naturalidade e realidade que lhe são peculiares. Diferente do estilo seguido pelos pintores de sua época, que costumavam atribuir ao nu artístico uma delicadeza quase angelical.
A técnica utilizada por Manet era bastante questionada pela critica, justamente porque ele não respeitava certas convenções e não se importava com o moralismo e as tradições da sociedade de sua época. E assim, Édouard Manet surge no cenário artístico como precursor da arte moderna.
Sem dúvida Olympia causou um grande impacto ao ser apresentada ao grande público, tanto pela ousadia, quanto pelo realismo da obra. Muitos a julgaram vulgar, mas outros certamente viram na ousadia de Manet o inicio de uma nova era, de um novo conceito de arte.
O nu artístico já não era novidade naquela sociedade, porém, a forma como Olympia foi composta é que chocou os mais conservadores. Até então, o nu era apresentado de forma a representar divindades, deusas, castas ou personagens bíblicos, mas aqui, Manet surge com uma mulher simples, supostamente uma prostituta, apresentada como se fosse ela própria uma deusa e não apenas compondo um personagem. Numa eroticidade latente e bem real.