terça-feira, 7 de setembro de 2010

Analisando a TV – Resenha crítica da novela Malhação


A TV ocupa grande parte do cotidiano e da sociabilidade dos brasileiros, sobretudo dos jovens, que desperdiçam bastante tempo, ociosos frente ao aparelho. Apesar deste relacionamento constante com a TV e de ser um público bastante vulnerável aos apelos da mídia não há exatamente muitos programas voltados para esta faixa etária. Dos que existem, a maioria presta um grande desserviço à sociedade, pois não estão necessariamente interessados em apresentar um conteúdo de cunho critico ou político para a juventude, ao contrário, quanto menos informados e alienados melhor.
Dentro deste contexto existem programas como a novela Malhação, um dos produtos televisivos mais consumidos pelos jovens brasileiros e que de alguma maneira é uma ação representativa da realidade. Em geral, esta representação midiática costuma distorcer os valores que foram assimilados no convívio familiar, pois atribui valor a outros objetos, atitudes comportamentais esnobes, arrogantes e extremamente consumistas, dando um outro sentido ao conceito de aceitabilidade social, independência, status e personalidade, ostentando modismos e ideologias fúteis.
É sabido que o potencial das influências na etapa da adolescência pode repercutir veementemente na idade adulta, mas não podemos prever até que ponto essas representações visuais podem contribuir ou afetar a formação de um cidadão.
O fascínio exercido pelos signos e imagens exibidas pela mídia são responsáveis pelo desejo de consumo assumido pelos jovens. Em geral os conteúdos são elitistas e separatistas, pois embora atinja o público jovem de muitas classes sociais, o foco gira em torno da classe média alta, que é quem detém maior poder econômico, responsável pela relação cíclica de consumo com seus objetos.
Com tantos problemas de ordem econômica e social não precisamos de mais uma política elitista no Brasil. Se pudesse reescrevê-la, no mínimo contemplaria mais a diversidade social e a pluralidade cultural e étnica existentes no Brasil, de modo que as críticas e reflexões fossem de fato instauradas e não mascaradas atrás de pseudos problemas existenciais juvenis.

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