sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Resenha do texto 'A arte-educação no Brasil', realidade hoje e expectativas futuras, de Ana Mae Barbosa



Há 17 anos que Artes vem sendo disciplina obrigatória nas escolas de primeiro e segundo grau no Brasil, porem esta conquista não foi dos arte-educadores brasileiros e sim um acordo (MEC-USAID) criado através de educadores americanos que reformulou a educação brasileira estabelecendo os objetivos e o currículo configurado na Lei federal n◦ 5692 denominada Diretrizes e Bases da Educação.
O currículo de Licenciatura em Educação artística pretende formar um professor de arte em apenas dois anos; um tempo questionável, se levarmos em consideração a complexidade que é lecionar artes.
Exige-se muito que o arte-educador seja dinâmico e que ande de mãos dadas com as novas tecnologias e etc. Mas ironicamente, os livros para estes educadores são apenas modernizações na aparência e conteúdos defasados. Como podemos fazer a diferença, sem ao menos termos subsídios técnicos?
Com esta contradição e a falta de correspondência entre os objetivos e a pratica real na sala de aula, conclui-se que objetivos são apenas palavras escritas nos programas ou estatutos que nem de longe tem sido postos em pratica.
Os arte-educadores tem que tomar muito cuidado para não transformar uma leitura de obra de arte em um simples questionário, pois os professores estão reduzindo a analise ou a apreciação artística num simples jogo de questões e respostas, e não é isso o que queremos. Precisamos formar cidadãos conscientes do que a arte representa neste mundo contemporâneo.
O professor de arte tem sim o dever de repassar noções de arte para os alunos, mas, além disso, ele precisa formar cidadãos conscientes e reflexivos.
Desenvolver a criatividade somente não pode ser visto como único objetivo de seu ensino, e é o que a maioria dos professores defendem até então; isso porque a maioria deles não têm tido a oportunidade de estudar as teorias da criatividade ou disciplinas similares nas universidades, porque estas não são disciplinas determinadas pelo currículo mínimo.
Todavia, alguns cursos, como os que existem na Universidade de São Paulo são baseados num conceito de arte-educação como epistemologia da arte e/ ou arte-educação como um intermediário entre arte e publico. A idéia é que arte-educação esclarecida pode preparar os seres humanos, que são capazes de desenvolver sensibilidade e criatividade através da compreensão da arte durante suas vidas inteiras.
Esta idéia lidera a organização de cursos de arte na USP para professores de escolas primaria e secundaria, para incluir não somente pintura, escultura e desenho, mas também desing, TV e vídeo.
Concluo que se estes cursos se empalhassem pelo restante do país, principalmente pelo interior do Acre, a realidade educacional que vemos hoje seria completamente diferente da que estamos acostumados, pois ainda vemos muito a arte-educação ser definida como apenas pintura em papel. Precisamos viver um novo tempo, uma nova historia. Precisamos acordar para o que a Arte de fato representa para cada um de nós, mas para fazermos a diferença neste meio, precisamos de mais políticas publicas que invistam no educador, além é claro, de uma formação de qualidade.

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