sábado, 21 de agosto de 2010

Resenha crítica do filme ‘O quarto poder’ do diretor Costa Gravas e do documentário ‘Muito Além do Cidadão Kane’, do diretor Simon Hartog.


Não sabemos onde termina a realidade e onde começa a ficção. Atualmente a vida das pessoas está tão exposta através da mídia que fica difícil discernir o que é real e o que é imitação dessa realidade. Vivemos dias em que a ética e os valores morais viraram mercadorias. Muito pouco há de verdade no que é veiculado pela mídia e o apelo é grande e agressivo.
A mídia, considerada o quarto poder, muitas vezes perde a linha do bom senso explorando e manipulando informações, de acordo com seus próprios interesses. Formadora de opiniões, não mede esforços para controlar o comportamento das pessoas. Tenta comover através do sensacionalismo e de um falso altruísmo que apenas serve para chamar atenção para si mesma. Neste contexto somos vítimas e ao mesmo tempo culpados pela excentricidade da mídia, porque no fundo ela é a representação de nosso próprio egocentrismo. Tudo o que é veiculado e promovido por ela apela para nossos sentidos, numa tentativa de lucrar com a nossa alienação. Esta apelação é fruto de nosso próprio comportamento, pois somos nós quem alimenta e enriquece essa indústria apelativa com o nosso conformismo e nossa passividade.
Quantos ‘Sams’ e quantos ‘Max’ existem nesse meio? Quantos são explorados diariamente para que outros ganhem status, poder e riqueza? Até onde vai a ganância e até onde vai nossa submissão? Até quando permitiremos viver a mercê dessa escravidão? Vivemos tão iludidos com os sonhos que são vendidos pela mídia que não nos damos conta de que consumimos e nos comportamos exatamente como ela quer.
O que acontece é que a mídia se aproveita do efeito que tem sobre a opinião pública para propagar sua própria ideologia, jogando com nossas emoções e percepções. O efeito de tudo isso é catastrófico quando a mídia usa seu poder para manipular e distorcer informações para favorecer uma minoria. A mensagem que fica de tudo isso é que não há lugar para ética nesse meio e que todas as artimanhas são utilizadas para satisfazer o jogo de interesses dessa indústria de ilusões.

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