Aos dias 13 de junho de 2012 estivemos
reunidos no Polo de Apoio Presencial, onde na oportunidade pudemos apresentar
para a turma nossos Projetos Interdisciplinares e os resultados alcançados;
como proposta da disciplina PIEA_2, teríamos que discorrer sobre um entre todos
os projetos apresentados.
Escolhi para analisar o projeto ‘Expressando a lenda folclórica regional do
boto cor-de-rosa através da técnica assemblage’, de autoria de Isangela Costa
da Silva. O projeto em questão foi desenvolvido na Escola de Ensino Médio Dom
Júlio Mattiole e aborda temas pertinentes à tradição, cultura e folclore, alem
de trazer uma gama de informações e reflexões sobre nossas histórias regionais,
e seus personagens lendários.
O projeto desenvolvido pela colega une
respectivamente as disciplinas História e Artes e está associado à assemblage, o que contribuiu muito no
meu interesse pelo projeto, pois conversa de alguma forma com o projeto
desenvolvido por mim, que também tem as mesmas disciplinas e técnica como foco.
A assemblage ainda é uma técnica
pouco conhecida pelo público atingido, por isso acredito muito nos bons frutos
que serão gerados como resultado da aplicação deste projeto, pois o mesmo
conseguiu unir dois elementos pertinentes (folclore e assemblage) que conversam
diretamente com a realidade local e com a necessidade de se explorar mais profundamente
temas regionais com um espírito mais reflexivo e menos conservador.
Também
acredito que precisamos criar mecanismos para compreendermos um pouco mais
sobre o folclore regional, nossa cultura popular, os costumes e crenças que são
repassados de geração para geração, mas que acabam perdendo seu significado com
o passar do tempo, e um projeto com esta temática é uma ótima iniciativa. É
importante trabalhar este resgate cultural nas escolas e abordar este tema com
um foco artístico pode fazer toda a diferença neste processo.
O
projeto sobre a lenda do boto cor de rosa foi pensado para que os jovens pudessem discutir mais sobre nossa identidade
cultural, na perspectiva de que os estudantes pudessem ter uma nova visão sobre
a própria realidade.
Quando
a colega aborda a lenda do boto, ela está não apenas resgatando uma tradição e
os valores atribuídos a ela, mas está também gerando discussões e reflexões sobre
o comportamento da sociedade em que estamos inseridos, uma vez que a lenda do
boto surgiu da necessidade de mascarar uma atitude “errada” perante os olhos da
sociedade de gerações passadas, que seria a gravidez antes do casamento.
Para
distorcer a realidade, surgiu a lenda de que as moças solteiras seriam atraídas
e encantadas pelo boto. Muito pela inocência, pela esperteza, pela ignorância ou
por simples conveniência, a lenda amazônica serviu para diminuir a “vergonha”
de quem, por ventura, se tornasse mãe solteira...
O
fato é que, o tema pode servir de pano de fundo para muitas discussões, desde o
mero resgate cultural até questões comportamentais e valores morais que vão se
remodelando com o passar dos tempos.
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Isangela Costa apresentando seu projeto para a turma |
Assemblage idealizada por ela |
Assemblage produzida pelos alunos em sala de aula, inspirada na lenda do boto |